sábado, 21 de março de 2009

Um pingo


Acordes de violão

longe da mesa do almoço

lembras que chovia?




As notas das nuvens, na forma de gotas

na forma da lei.

Gravitacional lei de queda e procura.




Enquanto quedavam as notas de chuva

longe dos pratos, dos talheres e toalha,

mas dentro de todos que viviam ali.


Entretanto havia cercas limitando os sonhos

nada poderia trazer mais solidão

do que pingos num telhado zincado

de acordes do seu violão.



A grama pontilhada de brilhantes

refletia desejos e esperança

nos olhares.

Em nome do pai, da mãe e dos filhos.

_Mãe chama teus filhos, chama e calor.


Quando um pingo venceu a janela

equilibrou-se no fio da lâmpada

caiu

dentro de um prato vazio de espera.

Estilhaçando-se em mil pequenas gotas-diamantes

acordamos do sonho

recém combinado

molhados

por um pingo (nota)

que venceu a janela

atravessou a sala

enviado pelo céu...








Plim.

2 comentários:

Anônimo disse...

MEnino, belíssimo poema! Um bom final de semana!

Simone Toda Poesia disse...

Plim! Quanto poder há em um único pingo de chuva! Quanto haverá em uma única palavra? E numa certa frase? Abraços