terça-feira, 24 de março de 2009

Sem códigos


Não há mistérios entre mim e minha alma

não há códigos secretos, leis de incerteza moderada

ou que alcance o tamanho inexato.

Se uma árvore crescer normalmente será parecida com

a árvore que cresceu

se um avião partir, se não cair aterrissará

se anoiteceu agora, amanhã amanhecerá.

Não há mistérios entre mim e o que eu quero

não há códigos para nós dois

não há tempo que meça o universo

não há sol que exploda em raios catódicos

não temos vida entre vidas entrelaçadas

minhas mãos estão livres sobre a pedra viva

a tua mão me acena na vertigem do sorriso

onde nascem os desejos

onde se aquece a água

onde se entulha os pedidos negados

onde os ateus dão graças

não temos códigos a desvendar

meus olhos são plenos

estão abertos

querem te olhar

de perto

por certo

a leitura da retina

se revelará.

2 comentários:

Simone Toda Poesia disse...

É na retina que se esconde o maior dos códigos... Observa. Lindo, lindo, lindo. Abraços

Cynthia Lopes disse...

Só tenho a contemplar e a repetir como Simone, é lindo, lindo e lindo! bjs

PS: Ah, vc me pediu uma resposta, a resposta está na "reciprocidade".