quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Se Apolo cantar.

Sei que me entorpeci nas contas de tantas vezes
que te abri...
Nas tardes de chuva, sem vento, odor, horror e
frio de morte..
Te olhei por vidas inteiras
me perdi em teus vales, floresta nazista e tudo
que era palpável
em meus sonhos, "pesonhos", pesadelos.
Não lembro onde estava quando te conheci, mas
lembro o torpor de Einstein quando a Terra tremeu e
uma luz intensa cegou as toupeiras.
Ouvi o canto dos anjos e senti o clamor dos infernos..
Em teus precipícios vi Virgílio e
nas escarpas sangrentas esperei por Dante.
Viajei pelos caminhos orientais invisíveis enquanto Marco Polo
se entregava à loucura.
Perdi tudo num jogo marcado, fiz um pacto
com Zeus, Proteus mas nada
cumpri.
Vi os olhos de Lúcifer
quando a luz das toupeiras varreu Hiroshima e
nada me pareceu mais
natural do que as "Demoiselles d'Avignon"  que
Picasso consagrou...
Refiz o que não fiz, por saber que nada sabia
como Sócrates, mas pedi, por favor,  mel
em minha cicuta...!

Nada será mais insano
nada será castigado
nada imoral
nada proibido
escasso
fracasso
Fracassa
devassa
Olga
Van Gogh
ou Ricardo Kersting...

Porque antes de Apolo cantar
eu te negarei três vezes...!