sábado, 29 de dezembro de 2012

Biruta

Sou uma palavra ao vento
desarticulada sem controle, desafeta.
Inquieta e mambembe....
Sem a tua pele em branco
para o meu descanso
porque és longínqua e
jazes sobre um córrego seco
perdido das chuvas de outono..

Palavra:
Que me  leve desastrada para os confins do continente
e dessa viagem rompa-se o tempo
desfaça-se a luz,
que a Terra seja só terra
a cobrir rastros de mim
por fim...
que eu caia sobre a cal
do papel brando-branco
e escreva-me...assim:

Te quero!

Esboço



Fiz de tudo para estar,
me expus ao extremo.
Ridículo, inconsequente e
desvairado.
Como louco saí às cegas sem rumo
caí em armadilhas, um espectro, um simulacro,
resumo do vazio.

O silêncio é uma tortura engenhosa!
Aflito estou voltando como cão sem dono.
Essa aflição que me aflige não perdoo,
minto, perdoo sim, mas não agora.
Agora sou um bêbado sem memórias para contar,
sem casa para voltar,
sem um idioma inteligível para  coisa qualquer dizer
ou criar:
Um rascunho, uma maqueta de um sonho, um esboço
de uma vida
que agora,
mais difícil viver...!