sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Meu alaúde medieval.


Acho que estou fugindo.
Fugas são a verdadeira essência humana.
Assim como Paul Gauguin....fugi para ir
e fugi de onde fui.

Agora vejo o meu alaúde.
Fiz com minhas próprias angústias, despojo de tudo
de que nada servia. Uma porta de cedro....um osso
velho, canela de boi.

Cravelhame de uma ameixeira tombada, não servia
para nada. Sua eterna aura jaz agora em "mi".
Fiz com minhas lembranças.

Grande merda....dirão?

Não sei se poderia partir sem ter feito.
Toda vez que seu som me alaga,
sinto a felicidade poética de um bardo louco.
E é tão pouco
que quase rio
em dó,
da ilusão.

2 comentários:

Cynthia Lopes disse...

Não sei se poderia partir sem ter feito.
Toda vez que seu som me alaga,
sinto a felicidade poética de um bardo louco.
E é tão pouco
que quase rio
em dó,
da ilusão.
Tem estrofe mais linda? Acho que não! Amo a sua poesia...

Helena Carvalho disse...

Fugiu de lugares mas não fugiu de si. De sua matéria sucata fez um sonho de prata. Ilusão sim, se as cordas forem deixadas de lado.
O sonho está presente basta querer tocá-lo.