quarta-feira, 12 de maio de 2010

Pacto

Até hoje fiz tudo do jeito que me ordenaste.
Aceitei o sofrimento que me impingiste.
Jamais reclamei, se chorei foi em silêncio.
Até hoje suportei as humilhações que me impuseste.
Varei noites insone para honrar teu reino.
Sofri as angústias de fracassos e engodos
pela tua grandeza.
Nunca olhei para o passado
com olhos de incerteza quanto ao futuro.
Ouvi risos, sarcasmos e ofensas.
Tudo por querer te amar o tempo inteiro.
Te entreguei a minha vida, dentro dela, as asas
da minha liberdade.
E nunca me julgaste digno de ti.
Até hoje, não sei quem és,
nem sei quem sou, mas
morrerei gritando
teu nome.

2 comentários:

Simone Toda Poesia disse...

É bíblico. " O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" (ICoríntios, 13). Não sei se eu seria capaz desse amor perfeito. Eu, na minha imperfeição monstro, logo, logo dou pé na bunda...rs... Não aceito qualquer situação, nem pelo maior amor do mundo. Não é falha do amor, não; é falha minha e da minha pequenez...rs... Admiro quem consegue amar assim, a despeito e acima de qualquer dificuldade.

Bjs

Ricardo Kersting disse...

Pois é Simone, também não sei se poderia amar alguém assim de forma tão incondicional.
Mas sabes que um pacto com uma divindade exige dentre outras cláusulas, entrega total.
Sem essa condição, não há acordo.
O problema é que a recíproca nem sempre é verdadeira e isso, não consigo entender. Digamos que me conformo, mas não aceito!!
Saudações peripatéticas.