domingo, 6 de junho de 2010

Unanimidade e utopia.

Quando escrevemos numa página em branco
é tudo fruto do nosso livre pensar.
Se fosse um diário que pudeesse ficar escondido,
nossos termos seriam outros.
Não precisaríamos nos preocupar com
a falta de compreensão, pois essa seria
só da nossa parte.
Mas estamos escrevendo num extenso fio eletrônico
que se abre ao mundo. Num piscar de olhos
atravessamos o planeta.
De repente, milhões de pessoas estão sabendo o que
pensamos, o que queremos e o que não ousamos querer.
Portanto, precisamos ser claros, ou ao menos tentar.
Poucas pessoas têm a sensibilidade aguçada ao ponto
de entender nossa intenção quando não a revelamos.
Poucos conseguem ler pensamentos nas entrelinhas.
É também reduzido o número de pessoas que se aventuram
nas palavras que possuem o dom de se fazer entender.
Muitos não têm esse interesse, mas reclamam quando os
outros não os entendem. Se contamos um segredo, não
podemos querer que ninguém saiba. Se usamos metáforas
temos que aceitar que alguém não nos entenda. Se falamos
meias palavras, não podemos reclamar a falta de bons
entendedores.
Sejamos honestos para conosco. Esperemos a reciprocidade
naturalmente.

Nada é mais democrático do que um papel em branco. Podemos
escrever o que bem entendermos. Muitos se tornam poetas,
outros romancistas, articulistas, cronistas, etc...
A página vazia aceita tudo, mas os olhos nem sempre.
Temos que aceitar quando não somos aceitos ou
simplesmente esquecer. A unanimidade não existe, em
nenhum setor da atividade humana. A compreensão é
a recompensa dos que se fazem compreender.

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