segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Solsimim



Eu era pequeno


pés nus sobre


o assoalho desgastado!


A música invadia a casa,


enquanto minhas mãos


maltratavam um velho violão.


Era pequeno


e a casa já era velha,


os cupins agitavam -se


fazendo parte do trabalho


que caberia ao tempo.


Eu ouvia


o seu serrilhar incansável.




A música era silenciosa


e parou.


Deixei a mão esquerda dormir,


a outra apoiou-se nas cordas do violão,


fazendo parte do trabalho


que caberia ao vento,


se soprasse seria


assim,


Mi




Re


Sol


Si


Mim.




Ainda sou pequeno.


2 comentários:

Helena Erthal disse...

Adorei os versos, eles são sensoriais: ora o tato, muitas vezes a audição e mais ainda a percepção do que transcende a palavra. beijos

Cynthia Lopes disse...

Também gostei muito dos versos, o passar do tempo, a música, a casa, a infância, você mesmo. Belo poema, meu querido amigo. bjs