quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Odisséia

Daquele momento em diante, não havia
diferença entre correr, voar ou dormir sob reflexos
dos olhos de um anjo.
Nada que se fizesse para ludibriar o tempo
significava enganar a dama de cabelos esvoaçantes
e de pele rubra de um sol negro.....!

Disfarce...

Nada seria tão importante, ou solene
e em minhas mãos pousava um resto de sombra
esquecida pela nuvem de sereias das quais nada eu sabia...nem de ti.
Eu pensava no que pensar enquanto bastaria apenas saber....
qual era o rumo dos elefantes foragidos e  em qual das suas
gaiolas douradas deixaram o perdão para
 meus pecados.

E de repente vi  realmente aquilo que sempre fui....
Um nada dentro de uma casa de botão abandonada
rastejando na areia fina de uma ampulheta quebrada
que jazia na fronte de um sinal sobre o olho
lacrimejante de sangue de Polifemo atingido pela lança de Odisseu....


Eu.

Um comentário:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido Ricardo

Quanta alegria senti, quando vi que tinhas postado no teu blogue...tinha saudades.

Ludibriar o tempo seria ouro sobre azul...seria esvoaçar em liberdade para além de nós...eternizar momentos que escorregam por entre os dedos.
Por vezes sentimo-nos sem corpo e sem nós, como um livro esquecido entre as mãos do destino...perdido no fundo do tempo.

E meu querido, nem sabes a alegria que me deste quando te senti no meu cantinho...voltei no tempo e tive saudades de quando tinha só dois seguidores.

Deixo um beijinho com carinho
Sonhadora