quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Assim

Mesmo que ninguém aceite...a vida cobra seu preço.
Desmancha os coretos nas praças
derruba as teses dos discursos.
Ainda que ninguém queira...os cabelos do tempo
caem nos ralos.
Até as árvores mais fortes deixam de dar frutos.
Os rios recobram seus leitos
o mato recobre os caminhos
as vozes se calam
o inverno cumpre seu destino
as cortinas apodrecem
já não ouvimos os cães na madrugada.

A luz se apaga
enquanto as bocas se atraem
num beijo derradeiro.

2 comentários:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido Ricardo
A vida passa por nós e faz estragos.

A luz se apaga
enquanto as bocas se atraem
num beijo derradeiro.

Eu nem isso tenho

Beijinhos com carinho
Sonhadora

Cynthia Lopes disse...

Amei o teu poema, todo o encadeado pensamento, todas as rupturas e todos os derradeiros beijos.
bjs