Te vejo distante
minha estrela
penso que posso
dar-te um beijo
em plena luz do dia
em qual permaneces
oculta madura
feito limo sem pedra
adormeço
ronceiro de prazer
na dança das mãos
num simples sonhar
teus olhos de cedro-bronze
sutil toque celular
de células pulsantes
como o intermitente esculpir
eis teu servo
que te acalanta
que te vigia
te liberta
ousando livrar-te
deste catre de rocha
onde a escuridão me espreita
onde podes te perder
e nem me perdoarias
porque te
quero nua
ou só
te faço crua
sob a nudez do meu
olhar.
Um comentário:
São nuas as ruas estreitas por onde se escolhe andar. E sempre se escolhe. Sempre se tem isso que se conhece por escolha. E se as formas tomam forma nas mãos do artista, tanto maior será a alegria de ver a obra pronta, vestida de mármore pulsante, enriquecida pelos olhos alheios que viram na pedra bruta o contorno dos seios. Lindo poema. Abraço.
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