Eu era pequeno
pés nus sobre
o assoalho desgastado!
A música invadia a casa,
enquanto minhas mãos
maltratavam um velho violão.
Era pequeno
e a casa já era velha,
os cupins agitavam -se
fazendo parte do trabalho
que caberia ao tempo.
Eu ouvia
o seu serrilhar incansável.
A música era silenciosa
e parou.
Deixei a mão esquerda dormir,
a outra apoiou-se nas cordas do violão,
fazendo parte do trabalho
que caberia ao vento,
se soprasse seria
assim,
Mi
Lá
Re
Sol
Si
Mim.
Ainda sou pequeno.
2 comentários:
Adorei os versos, eles são sensoriais: ora o tato, muitas vezes a audição e mais ainda a percepção do que transcende a palavra. beijos
Também gostei muito dos versos, o passar do tempo, a música, a casa, a infância, você mesmo. Belo poema, meu querido amigo. bjs
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