Um mosquito esquisito
sobrevoa aflito
um cadáver de aranha...estranha
dentro dum copo
" me alegro mas não topo"
enquanto a tarde se esquece.
As horas voam
o relógio que se apresse
e chega João, vem Maria.
Fim de tarde, de um mau dia
quando sobra energia
a luz fraca se apaga.
João já não entende Maria
que senta junto à chaleira
que o fogo brando afaga
para inundar a erva amarga
que o tempo irá sovar.
O mosquito esquisito...maldito
sem compromisso
sonha enquanto isso
mas da aranha esquece
e absorto numa prece
tenta fugir do copo.
Engraçado, foi fácil entrar,
mas agora só o que faz é olhar
através do vidro opaco
voa em círculos
e já está fraco
de tanto voar
e temer
de nunca mais poder
ser livre
para João
ou Maria
ferroar.
terça-feira, 1 de junho de 2010
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