Vem agora, minha onça matreira
antes que a solidão se escoe e leve consigo
a fuga de mim mesmo!
Traz contigo uma lâmpada para esse quarto,
que ainda ontem tropecei na cama!
Vem me dizer das coisas que não possuo, vem!
Reclamar da sujeira da casa
e me chamar de tonto!
Aqui, existia uma placa dizendo, cuidado!
Aqui, existia o cuidado de existir uma placa!
Aqui, existia um tempo em que uma placa refletia,
cuidado, cuidado!
Hoje existe um cão,
e a verdade de um cão,
é a comida que recebe,
seu latido é ilusão!
Vem me tirar da seqüência,
a porta às vezes abre
e nunca mais fecha!
Os copos estão vazios,
o relógio, parado
e a toalha mofada, esquece a lâmpada!
Faltou luz!
Não esquece de mim,
não esquece de mim.
Ricardo Kersting
sábado, 29 de novembro de 2008
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Um comentário:
Ricardo, é claro que vim lhe conhecer os versos (primeiro), afinal é a minha praia. Gostei muito deste seu jeito romântico, bem legal. Bjs
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