segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Falso



Aticei os lobos sobre a multidão de estrelas
as feras uivaram de medo ante ao tempo que rugia.
Descerrei os ferrolhos das celas, dos anjos
uma luz mimetizada cegou os soldados e mártires, mas de nada adiantou.
As pedras esquecidas dormiam o sono de Nero
e o pulsar das claves sobre os mantos revogados
empurravam párias e cristãos para o centro da arena.
Mantida a hora e a cena...
os leões recuaram
sob a nevoa tinta em vermelho sem dor...odor,
a plateia obscena ensaiava um apupo febril
quando me viu...
gritou: Ateu!
Só, entre a cruz e um cristão...um filisteu,
tudo verdade
então...
o falso ali era eu.