terça-feira, 29 de setembro de 2009

Outras luas.

Então vamos nós dois
de estrela em estrela
pé ante pé até... outra lua.
Já que nunca fui assim de ...amar.
Mas hoje eu quero
sair de casa e procurar.
Em outras ruas,
em outras suas,
outras paixões,
pois já cansei
da vida impor
as condições.
As condições.
Vou achar
uma você
cheia de luz.
Que faz tão pouco
e tudo que faz
me seduz.
Que esse tão pouco
me deixe louco,
me faça crer
que nas paixões
eu não estou
morto.

Cem + setenta e cinco. Tudo inútil


A escultura é condicionada a não ter movimento
aparente.
O figurativo é a definição da escultura, objetivo final.
Desafiar o espaço sem criar o espaço "aparente".
A exteriorização do volume não ajuda em nada.
Aparentemente.
A tridimensionalidade confere a solidez, aparente.
O gênero cria as próprias asas.

Aparentemente.

sábado, 26 de setembro de 2009

Silêncio

Antítese das colisões sonoras
revelações que somente os olhos
podem traduzir.
Nem todos sabem silenciar.
Dizer a não palavra?
Aquela que contém indefinidas
definições e infinitas renúncias.
Admiro as pessoas que podem dizer mais
silenciando,
do que outras tantas não
conseguem num discurso.

Mas há mudezes que amedrontam.
A mudez dos olhos,
das mãos
e dos sonhos.

O silêncio vem do pensamento
o que nem sempre ocorre com a palavra
que muitas vezes é mentira,
enquanto a verdade é sempre
precedida pelo

silêncio.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Raga pela Paz


Sempre gostei das orações musicais indianas. Não sei o que significam, mas sinto em suas melodias toda a entrega de seus músicos, força e poder. Em meu Sitarluth,(uma simbiose entre o Sitar e o Alaúde), criei a minha Raga pela Paz.Sem a pretensão de raiar a poderosa Raga Indiana, mas muito feliz por poder construir esse instrumento com as minhas mãos e nele tocar a minha Oração pela Paz.



sábado, 19 de setembro de 2009

Nunca mais.




Nunca mais ouvi o vento
que o tempo em teus olhos mudou
nunca mais senti a vida
como um rio lento que passou.
Nunca mais o azul dos teus olhos
nunca mais tua clara voz
nunca mais as flores que
não colhi pra nós.
Nunca mais senti o coração
bater como em teus braços
nunca mais senti a vida
pulsar como em teus passos.





Vida.


Nem tudo que fiz foi por amor
a paixão me movia em todos momentos.
Até os atos impensados e cruéis,
em tudo na minha vida,
a ânsia de ser puro
determinou minhas razões.
Nem sempre pude ser justo
e nem sempre senti na língua
o sabor da justiça.
Senti medo como um foragido
sem saber qual crime
não cometi.

Quase não senti amor
de tanta paixão que havia em meus olhos.
Assim vivi, fui guri.
Sou imagem, sombra e poesia.
Hoje vou seguindo
indo,
na rua ainda há rugidos,
ainda há decepções escoando
pelos ralos.

Uma planta solitária
resiste ao sol.

Uma cigana me enganou.


Uma cigana me puxou pelo braço em plena Rua da Praia

e me olhou séria nos olhos.

Senti um densa cortina verde cobrindo seu lindo rosto.

Um perfume ácido tomou conta de mim

e um silêncio tão grande quanto a multidão que nos cercava.

Ela disse:

"Vais ser tão famoso e respeitado quanto Pablo"


Eu sorri e perguntei; Pablo Picasso?


Ela meneou a cabeça e um sorriso largo mostrou seus

belos dentes, respondeu:

"É, pode ser"....

terça-feira, 15 de setembro de 2009

CONCRETAmente.

PASSAS
TODAS AS

MANHÃS


PASSAS TODA




A VIDA PASSA

Com toda minha ternura

eu todo coração me divido em mil pedaços

eu todo amor tenho os braços abertos e fortes quero abraçar suas paixões

eu toda pressa do mundo para reinventar as preces

chamar todos os anjos

perdoar meus semelhantes

e cobrar a minha parte


não pretendo perder mais nada em minha vida

principalmente minhas ereções

portanto não deixem seus traseiros na minha frente

porque estou passando com tudo em riste

não me encham o saco com baboseiras infantis,

coisinhas que garantem seus orgasmos, além disso não

tenho vocação para babaca, nem dali nem daqui

não confundam as bolas, nem gastem latim comigo

sou mais que vacinado,

já estive no inferno e passei a mão na bunda do diabo

vão ver se estou na esquina ou na puta que pariu.......



para quem interessar das galerias de arte, secretarias de cultura, prefeituras municipais, produtores culturais, conselhos regionais, câmaras municipais, politicos em geral deste e de outros planetas, investidores....etc...

com muita ternura....

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Final da estrada sem fim.



Nada sei sobre o meu destino.

As pessoas que encontrei pouco

disseram,

ou eram aquelas quem chamamos fracos,

pararam, desistiram ou enlouqueceram?


Até hoje nunca encontrei quem havia voltado.

Não sei se poderiam, talvez sim, mas iriam querer?

Acho que não.

Quase ninguém quer ir

e ninguém quer voltar.

sábado, 12 de setembro de 2009

Valor.


A poesia não tem preço

na maioria das vezes não vale nada

para quem lê ou não vê.

Porém nada custa tão caro ao poeta.

Nada lhe faz sofrer tanto,

quanto lhe traz tanta felicidade.

Real valor que não tem preço.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Meu alaúde medieval.


Acho que estou fugindo.
Fugas são a verdadeira essência humana.
Assim como Paul Gauguin....fugi para ir
e fugi de onde fui.

Agora vejo o meu alaúde.
Fiz com minhas próprias angústias, despojo de tudo
de que nada servia. Uma porta de cedro....um osso
velho, canela de boi.

Cravelhame de uma ameixeira tombada, não servia
para nada. Sua eterna aura jaz agora em "mi".
Fiz com minhas lembranças.

Grande merda....dirão?

Não sei se poderia partir sem ter feito.
Toda vez que seu som me alaga,
sinto a felicidade poética de um bardo louco.
E é tão pouco
que quase rio
em dó,
da ilusão.

Maior que o mundo que lê ao seu redor.

Talvez eu esteja errado. Errando...
Mas.
Quero ouvir o teu riso da foto,
sentindo sempre o lado eterno, terno
do teu jeitinho sereno.
Teus olhos crianças através das lentes
atemporais. Quero.
Não vejo espinhos em tuas mãos...menina.
Vejo as flores que caem sobre teu caminho.
Por mais profunda que sejas aos outros
te quero assim pequena divindo teus sonhos,
comigo,
ao nível do pouco
que posso
desejar...
Te dar..

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Raridade.


Não é sempre que me fotografam rindo. Aproveitem e conheçam a minha faceta de pessoa

normal. Normal???

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Sol maior.



Pequena princesa
encantando meu olhar.
Pura magia
a melhor fatia
que pude provar.

Sapeca delícia
mal sabia de seu poder
olhar de criança
para minha esperança
do que havia por viver.

Do céu, um pedacinho
escondido .
Espertinha
quietinha
e eu fingindo não ver.

Pontinha do dedinho
nas teclas proibidas
sol maior com carinho
iluminando
meu atelier.
Plinc, plonc.

Plic, plic.

para sempre

em mi.


sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A jovem poeta.

A jovem poeta
derrama sua dor
sobre um belo
e triste poema.

Cada lágrima
gera um verso
que se abre
para o universo
rasgando os limites
do tempo.

Galopando sobre o vento
até pousar
em seu destino.

A vida breve navega
tripulante das lágrimas
dum dia distante
que sua lembrança vigia
onde somente a poesia
tem o poder de chegar.

Dos olhos da poeta
brotam palavras
de sua dor.
Que nem mesmo
a distância,
o tempo, a realidade
nem a própria saudade
podem duvidar
de seu ardor.

Por quem a poeta chora?
Em lamentos
nos versos escondidos
o sofrimento resgata
o que sua poesia trata
de guardar
nos sonhos
perdidos.

A jovem poeta
derrama a sua dor
sobre versos
enternecidos.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Ainda há tempo !!!


Alguém canta o outro chora
são abolidos os risos febrís
as despedidas fazem encontros
momentos irreais e sem sentido.

Máquinas ocupam o espaço possível
cartazes de dizeres loucos indicam as direções
Pedestres fazem comícios ininteligíves
enquanto os deputados mijam nas calçadas.

Padres às portas das igrejas
exortam os infiéis a voltarem aos presídios.
As guerras cessam por falta de gente para morrer.

Os muitos famintos olham para restaurantes,
vazios, frios
tifo, tétano e malária.

Ácido nítrico, sulfúrico e úrico
monóxido de carbono lixo tóxico
chuva ácida
morte tácita, plácida e tática
derradeira e estúpida

cirurgia.


Mista cortada no externo, xifóide

onde tremula o músculo oco

frouxo dolorido.

Crianças xilófagas com madeira entre os dentes

sobre as rendas de cortinas

espalhadas na sarjeta.


Um pouco de tudo

para nada existir.